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Presidente palestino diz que é preciso uma conferência de paz para acabar com guerra entre Israel e Gaza

O presidente palestino pede conferência internacional para acabar com a guerra em Gaza

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse nesta sexta-feira (8) que uma conferência internacional de paz é uma necessidade para acabar com a guerra em Gaza e elaborar uma solução política duradoura que levaria ao estabelecimento de um Estado palestino.

Em entrevista à Reuters em seu escritório em Ramallah, Abbas, de 87 anos, disse que o conflito entre Israel e os palestinos atingiu um estágio alarmante que exige uma conferência internacional e garantias das potências mundiais. Além da guerra de Israel contra o Hamas em Gaza, ele disse que as forças israelenses intensificaram seus ataques em toda a Cisjordânia ocupada no último ano, com os colonos aumentando a violência contra as cidades palestinas.

Prefere negociações à resistência armada

O presidente Abbas reiterou sua posição de longa data a favor da negociação em vez da resistência armada para acabar com a ocupação. "Sou a favor da resistência pacífica. Sou a favor de negociações baseadas em uma conferência internacional de paz e sob os auspícios internacionais que levariam a uma solução que seria protegida pelas potências mundiais para estabelecer um Estado palestino soberano na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental", disse ele.

Abbas falava ao mesmo tempo em que Israel aumentava seus ataques em Gaza. Em dois meses de guerra, Israel matou mais de 17.000 pessoas, feriu 46.000 e forçou o deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, mais da metade delas agora abrigadas em áreas no centro de Gaza ou perto da fronteira com o Egito.

Plano para uma solução duradoura

O presidente palestino afirmou que, com base em um acordo internacional vinculativo, ele reviveria a enfraquecida Autoridade Palestina (AP), implementaria reformas há muito esperadas e realizaria eleições presidenciais e parlamentares, que foram suspensas depois que o Hamas venceu em 2006 e, posteriormente, expulsou a AP de Gaza.

Abbas disse que a AP havia cumprido todos os acordos de paz assinados com Israel desde o Acordo de Oslo de 1993 e os entendimentos que se seguiram ao longo dos anos, mas que Israel havia renegado suas promessas de acabar com a ocupação.

Questões sobre eleições

Perguntado se ele se arriscaria a realizar eleições, dada a possibilidade de o Hamas vencer, como aconteceu em 2006, ele disse: "Quem quer que vença, vencerá, serão eleições democráticas".

Abbas disse que havia planejado realizar eleições em abril de 2021, mas o enviado da União Europeia lhe disse, antes da data prevista, que Israel estava se opondo à votação em Jerusalém Oriental, de modo que ele se viu forçado a cancelar a eleição.

A responsabilidade dos Estados Unidos

O presidente Abbas responsabilizou os Estados Unidos pelo que está acontecendo em Gaza, afirmando que são cúmplices de Israel. Ele afirmou que os Estados Unidos têm a responsabilidade de ordenar a Israel que pare a guerra e cumpra suas obrigações, mas infelizmente não o fazem.

Ele disse que a AP ainda está presente em Gaza como uma instituição e ainda paga salários mensais e despesas para funcionários, aposentados e famílias carentes. A AP ainda tem três ministros presentes em Gaza, acrescentou.

Reconstrução de Gaza

Abbas enfatizou a necessidade de reabilitação e grande apoio para reconstruir Gaza. Ele afirmou que a cidade foi completamente destruída, incluindo hospitais, escolas, infraestrutura, edifícios, estradas e mesquitas. Ele ressaltou que Gaza precisa de recursos e reconstrução.

A situação em Gaza é crítica e requer ações imediatas para acabar com a guerra e garantir uma solução política duradoura que traga paz e estabilidade para a região.

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